Em alusão ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo (11), conheça a história de Marciano dos Santos Lomeu, de 41 anos, pai da Marciele, jovem atendida pela Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil – ACACCI desde 2017
“Foi e continua sendo uma rotina muito puxada, mas quando olho para o passado, vejo que todo o esforço valeu a pena”, a frase é do autônomo Marciano dos Santos Lomeu, de 41 anos, casado com Débora Rodrigues (41) e pai de Marciele Barbosa Lomeu (20). Corria o ano de 2009 quando a filha, Marciele, foi diagnosticada com câncer no cerebelo, que afetou a locomoção, a coordenação e o equilíbrio da jovem. Marciano e sua esposa, Débora, com apenas 31 anos na época, tiveram que encarar uma situação que ninguém deseja passar.
Marciano conta que trabalhava na cozinha do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (Heinsg) e recorda como foi difícil receber a notícia do quadro da filha e no início do tratamento.
“Foi um baque para toda a família, todos ficamos mal. Mas buscamos coragem de encarar a situação de frente e levantar a cabeça para iniciar o tratamento da Marciele. Ela deu entrada no hospital com algumas tonturas e precisou de passar por uma cirurgia de urgência, tão avançado estava a doença”, fala.
Hoje Marciano mora no Bairro da Penha, em Vitória, mas em 2009, residia no bairro São Benedito, também na capital. Ele relata como era difícil a logística para trafegar com a filha, recém operada, pelos acessos do bairro.
“É uma região com muitos morros e escadas, quando tinha alguma situação para fazer exames ou consultas médicas, eu precisava pegar minha filha no colo, descer todas os morros e escadas para chegar na baixada e entrar no carro. Era uma rotina muito pesada, mas quando eu olho para o passado, vejo que todo esforço valeu a pena”.
Marciele tem hoje 20 anos e faz na ACACCI (Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil), toda quarta-feira, sessões de fisioterapia. O pai conta com orgulho a evolução da filha. “Eu fico admirado com a força de vontade e a garra que e Marciele tem de vencer. Há pouco tempo ela andava de cadeira de rodas, hoje, graças às sessões de fisioterapia que ela vem fazendo, consegue caminhar com tranquilidade”, diz orgulhoso.
Quando indagado o que é ser pai, emocionado, Marciano responde que é uma dádiva e, no caso dele, uma superação. “Foram momentos difíceis, ser pai é um mérito, infelizmente muitos pais não têm conhecimento disso. Passo para minha filha os melhores princípios como honestidade e solidariedade, pois muitas pessoas nos ajudaram até aqui”, conclui.